Escritor da minha íntima eleição,
confirmo nele estas palavras suas:
...pego na pena com o escrúpulo com que pego no bisturi. ... ...
Não é uma boa prosa que ambiciono, mas sim uma claridade gráfica.
Gostaria de restituir às palavras a alma que lhes roubaram, e que a língua tivesse nas minhas mãos, além da graça possivel, uma dignidade insofismável. ... ...
Que cada frase, em vez de um habilidoso disfarce, fosse uma sedução e um acto.
Uma sedução sem condescendências, e um acto sem subterfúgios.
Para tanto, limpo-a escrupolosamente de todas as impurezas e ambiguidades, na porfiada esperança de que a sua claridade se veja e se entenda ao mesmo tempo.
E a vejam e entendam, sobretudo, os que não são profissionais da literatura.
(Diário VIII)